Carta para o primeiro amor

sexta-feira, fevereiro 20, 2015


Sabe aquela história que dizem que primeiro amor a gente nunca esquece? Pois é, você é a prova vivinha, em carne, osso, coração e um pouco mais. Eu, você e todos os mínimos detalhes, que sempre insistem em ficar. O primeiro beijo, as mensagens trocadas, as fotos guardadas, sim aquelas mesmas que eu nunca tive coragem de apagar. 
E mesmo quando tudo muda, um vai pra lá, o outro pra cá e se passa alguns bons anos, o sentimento continua aqui e o coração continua sussurrando seu nome, mesmo que bem baixinho. É como se isso fosse uma parte da gente que vai ficar sempre ali pra ser lembrada quando for preciso, ou recomeçada se o destino assim quiser. Um misto de amor, saudade, esperança que nem o mais sábio dos homens saberia explicar.
Entre um livro e outro, entre uma canção ou outra, você está sempre ali escondidinho nos detalhes e me fazendo lembrar o seu gosto, os suspiros, os abraços, a cor dos olhos e o brilho insistentemente lindo que eles sempre tiveram. Te encontrei na rua esses dias e adivinha? Continuava lá, o brilho e o sorriso de parar o trânsito.  
Você bem sabe que de nós dois eu sempre fui a mais ciumenta, mas sabe de uma coisa? Eu nem me importaria tanto assim de dividir você com o resto do mundo se eu tivesse você pelo menos por alguns segundos só pra mim, mais uma vez. Assim, sempre pretensão, sem pressão, sem ligar pro amanhã, ou para o depois do amanhã.
Porque eu ainda lembro dos dias em que a gente passava a noite jogando conversa fora e falando da saudade, eu ainda lembro das brincadeiras sem graça que eu achava o máximo só porque vinham de você, eu lembro do jeito único de me deixar brava que você dominava, eu lembro até das briguinhas que acabavam com um "eu gosto de você". Eu lembro. E relembro, de vez em quando, vez ou outra, é sempre uma surpresa quando eu me dou conta que você insiste em ficar ali ajudando a preencher o espaço mais bonito do meu coração.
Primeiro amor é assim, bate forte no peito quando a gente menos espera. Talvez pra nos fazer lembrar quem a gente é quando nós já não tivermos mais tanta certeza, talvez pra nos encorajar a correr atrás dos nossos sonhos, talvez pra nos fazer continuar acreditando no amor. Talvez...
Se um dia, quando você por acaso acordar no meio da noite, daqui uma semana ou daqui uns 10 anos, e se lembrar disso tudo, eu também vou estar com os pensamentos guiados para a mesma direção, naquele exato instante. E se assim for, eu vou procurar no céu a estrela que mais brilhar e pedir pra ela te abençoar e quem sabe, te levar um beijo meu.
É, eu até sei que deve ter alguns "primeiros amores" que se vão, que se deixam esquecer, que se apagam ou se perdem no tempo. Mas outros acabam se tornando uma lembrança eterna, daquelas que grudam no peito, e que muitas vezes até nos ajudam a encontrar o grande amor, outros talvez sejam o único amor.

E sabe de uma coisa, você é assim, você não vai passar. 

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