Oi gente, esse ano inteirinho, bem como no ano passado e assim como será no ano que vem, fiquei em função do Trabalho de Seminário Integrado do Ensino Médio Politécnico. Dessa vez eu e as minhas amigas, Estéfani e Maitê, resolvemos falar sobre música e história, mais especificamente sobre Manifestações e Protestos através de Música e a Música na Ditadura Militar, coordenadas pelo professor Mateus Selli e Sheila Muhl.

1.Você conhecem algum compositor da época da ditadura? Se sim, qual?

Pessoalmente não, mas de nome sim. Chico Buarque, Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre outros.

2. Você concorda que através da música é possível combater a corrupção e brutalidade? Ou que ajuda a abrir os olhos principalmente dos jovens?

Acredito que a música seja a forma mais fácil de atingir as pessoas (principalmente os jovens) porque está ligada diretamente aos sentimentos. Sabe aquela expressão que diz que “uma mentira repetida várias vezes torna-se uma verdade”? Não concordo com o lance da mentira, mas acredito que repetir (ou no caso CANTAR) a mesma coisa várias vezes pode ajudar e MUITO a conscientizar o povo.

3. Você concorda com a liberdade de expressão através de música?

COM CERTEZA! Do contrário, acabaríamos caindo nas mesmas premissas da Ditadura. O que deve ocorrer é o BOM SENSO de alguns e não a censura em si.

4. Quais outras canções atuais podem servir como forma de manifestação?

Infelizmente cada vez mais eu percebo “uma banalização do conteúdo musical” do nosso país em contrapartida a exaltação do ritmo. Ouço muita gente dizendo “ah, mas é bom pra dançar”. Na minha HUMILDE opinião a música pode ser pra dançar e ainda oferecer alguma espécie de conteúdo (não necessariamente de cunho político, mas ainda sim algo que te passe alguma mensagem positiva e não algo do tipo “rebola pra cá, desce até o chão...”). Não necessariamente você tem que optar por um ou outro. A meu ver, está ocorrendo uma espécie de “emburrecimento” da população muito incentivada pela mídia e até mesmo por alguns governantes. Logo, são poucos os artistas que tem a coragem pra falar alguma coisa que REALMENTE faça a diferença na vida de alguém nos dias de hoje. Nesse sentido, os meus preferidos são o Charlie Brown Jr. e o Emicida. Já que você me pediu uma canção, eu cito aqui a canção “DEDO NA FERIDA” (do rapper Emicida).

5. O que inspirou ou incentivou a composição da música Pão e Circo?

Engraçado que sem querer eu acabei introduzindo essa resposta. A música “PÃO E CIRCO” eu compus quando estava sozinho no meu apartamento (na época do carnaval de 2012, se não me falha a memória), refletindo sobre a situação atual do país e pensando como as pessoas são facilmente “distraídas” pra não verem a merda em que estão inseridas (e aqui eu peço desculpas a(o) professor(a) pela minha sinceridade). Eu estava construindo a melodia no violão (não criando uma música propriamente dita, mas “brincando” apenas com dois acordes) quando me deparei com uma entrevista do Emicida na TV que falava um pouco sobre esse assunto (desigualdade social). Logo me remeti a Roma Antiga e sua política do “Pão e Circo”, os gladiadores, etc. Acabei me dando conta de que certas coisas nunca mudam e que alguns governantes fazem questão de desviar a atenção do povo para o que REALMENTE importa, como SAÚDE, EDUCAÇÃO, SANEAMENTO BÁSICO, entre outras coisas. É como eu digo nesses versos: “E pra quê tomar alguma atitude? Pra quê? Se eu tenho a Copa do Mundo e o BBB pra me entreter? É pão e circo na TV 24 horas se eu quiser...”

6. O que você pensa a respeito da situação em que nosso país se encontra?

Acho DEPLORÁVEL a situação atual do Brasil, tanto econômica como socialmente falando. Vejo algumas políticas sociais sendo tomadas, mas também vejo um alto índice de corrupção (talvez um dos maiores de nossa história). O Brasil é um dos países onde se paga mais impostos. E o que recebemos em troca? Não existe educação de qualidade, nem saúde de qualidade, nem transporte público de qualidade, nem ao menos ruas asfaltadas e um sistema de saneamento básico decente.